Cecília Donata Silva de Oliveira

Imagem de Beatrice Hohl por Pixabay

A alimentação de suínos representa um dos maiores custos do sistema de produção. Maximizar a eficiência de uso dos alimentos é uma estratégia capaz de reduzir gastos desnecessários, bem como proporcionar maior produtividade dos animais do plantel. 

A nutrição de precisão pode ser uma estratégia alimentar capaz de minimizar o desperdício de nutrientes, uma vez que seus pilares consistem em conhecer a composição bromatológica dos alimentos e as exigências nutricionais dos animais, com isso alinhar a dieta exatamente para atender à exigência nutricional, evitando assim excreção de nutrientes que possuam poluir o meio ambiente. 

Leitões ao serem desmamados e que passam para a fase de creche podem sentir de maneira negativa a mudança de instalações, separação da mãe e mudança de lotes. O sistema digestivo dos leitões nesta fase ainda não se encontra completamente desenvolvido, reduzindo assim a capacidade dos animais de diferenciar certos nutrientes. O conjunto destes fatores pode impactar negativamente a produtividade, onde medidas devem ser tomadas visando reduzir estes impactos negativos: 

• Fornecer ainda na maternidade ração sólida para adaptação dos animais;
• Fornecer alimentos de alta digestibilidade e palatáveis aos animais;
• Proporcionar um ambiente confortável na creche, livre de estresse.

Alimentação: Processamento da ração

Os alimentos mais utilizados no Brasil para a  nutrição animal, é a clássica combinação de milho e farelo de soja. O uso baseia-se no fato do Brasil ser um grande produtor, além da complementariedade nutricional entre estes dois alimentos. Porém, são consumidos por outras categorias animais e utilizado na alimentação humana, o que pode elevar o valor do milho e soja. Portanto, maximizar o uso destes ingredientes dentro de uma granja parece ser uma estratégia para reduzir custo e aumentar o desempenho.

O milho é rico em amido que constitui o componente energético da dieta de leitões. O processamento deste grão através de moagem e modificação da estrutura do amido por aquecimento, tornam o alimento mais vulnerável a degradação enzimática, promovendo uma melhor digestibilidade. O processo de cozimento do milho é denominado extrusão, que exerce influência sobre a palatabilidade do alimento e aceitabilidade dos animais, elevando o consumo e consequentemente desempenho. 

O farelo de soja, subproduto obtido a partir da soja ao passar pelo processo de extrusão também obtêm melhorias quando a digestibilidade e aceitabilidade, aumentando a digestibilidade de aminoácidos. 

Alimentação: Aditivos Flavorizantes

Aditivos são produtos adicionados intencionalmente na dieta dos animais, para promover melhoria sobre as características dos produtos. Os flavorizantes podem aumentar ou atribuir aroma e sabor dos alimentos, aumentando a aceitação e ingestão. O uso desta classe de aditivos na fase de creche é interessante, uma vez que nesta fase o consumo de ração pode ser um desafio aos animais. Aditivos que promovam melhor aceitação dos ingredientes podem aumentar o consumo e melhor aproveitamento da ração oferecida. 

 Tabela 1 – Médias de peso inicial, ganho de peso diário e total, consumo diário e total de ração, conversão alimentar e peso final de suínos na fase de creche alimentados com rações fareladas e extrusadas com ou sem aditivos na fase de creche.

Ao oferecer ração processada e aditivos aos animais, o custo-benefício deve ser avaliado. A dieta deve ser formulada por um nutricionista e a composição química dos alimentos deve ser avaliada por um laboratório idôneo. Alinhar a dieta com as exigências nutricionais do lote de animais, deve ser realizado por um bom programa de formulação de dietas. Executar boas práticas em nutrição, manejo e bem-estar dos animais simultaneamente pode refletir em um animal altamente produtivo explorando toda a capacidade genética dos mesmos. 

Referências:

Rocha. Laudicéia O. SUÍNOS NA FASE DE CRECHE ALIMENTADOS COM RAÇÕES EXTRUSADAS COM OU SEM FLAVORIZANTES: Desempenho e Digestibilidade. Dissertação apresentada como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás. GOIÂNIA 2009